Alto Tietê
O mercado nacional de cogumelo tem como maior produtor a região de Mogi das Cruzes, produzindo anualmente cerca de 4.000 toneladas, equivalente a 80% da produção nacional.
A produção no Alto Tietê abrange uma área de 308 hectares, com cerca de 150 produtores na região. O mercado brasileiro passa por uma reformulação na cadeia produtiva a fim de atender às novas tendências de consumo, principalmente o consumo “in natura”.
Cogumelos
Historicamente, os cogumelos foram classificados como plantas inferiores (talófitos), devido principalmente ao fato de apresentarem estrutura muito simples, sem a presença de folhas, raízes, caules, sementes e flores propriamente ditos. Há muito, porém, foi constatado que esses organismos, assim como os demais fungos, possuem peculiaridades próprias suficientes e significativamente distintas para justificar a sua colocação num reino separado, o Reino dos Fungos, distinto tanto do Reino Vegetal, como do Reino Animal.
Vale ressaltar que todos os cogumelos são fungos, mas nem todos os fungos são cogumelos. Os cogumelos são definidos pelo renomado cientista chinês Shu-Ting Chang como “macro fungos com corpos de frutificação característicos grandes o suficiente para serem visíveis a olho nu e coletados com as mãos”. Os corpos de frutificação, em geral, se formam acima do solo (epígeos), mas podem também serem formados abaixo do solo (hipógeos), como as trufas, por exemplo.
O Setor
Antes concentrada na região do Alto Tietê em São Paulo, ao longo dos últimos anos, apesar de todas as dificuldades, a cadeia produtiva do cogumelo no Brasil tem se estruturado e, atualmente, o cultivo de cogumelos está disseminado em várias regiões do país.
Atualmente, os principais produtores estão nos Estados de São Paulo (Mogi das Cruzes, Pinhalzinho, Ibiúna, Sorocaba, Salto, Cabreúva, Juquitiba e Valinhos) e no Paraná (Castro, Tijucas do Sul e Curitiba).
Além desses Estados, também existem cultivos em Minas Gerais, Rio de Janeiro, sul da Bahia, Pernambuco, Brasília e no Rio Grande do Sul.
A ausência de estimativas precisas sobre o setor dificulta a quantificação exata do número de produtores em atividade no Brasil e a ANPC estima que no país existam mais de 300 produtores de cogumelos que, em sua maioria, são micro e pequenos agricultores familiares.
Principais Variedades
Champignon/Paris: Um dos mais consumidos e conhecidos no Brasil, é o nosso popular champignon. O cogumelo pode ser consumido fresco ou em conserva e seus benefícios incluem o bom funcionamento do intestino, além de proporcionar saciedade por ser rico em fibras alimentares.
Shitake: Esse tipo de cogumelo ganhou um espaço maior na alimentação dos brasileiros através da comida japonesa. É o segundo mais consumido e é ideal para controlar pressão arterial e os níveis de colesterol. Além disso, fortalece o sistema imunológico inibindo o crescimento de vírus e bactérias. O shitake também é um afrodisíaco poderoso.
Shimeji: O cogumelo mais consumido na China é extremamente nutritivo. Fonte de fibras, minerais, vitaminas e proteínas, o seu consumo está relacionado ao combate de doenças crônicas. É o mais saboroso dos cogumelos e é um excelente aliado no combate ao câncer e colesterol ruim, o HDL.
PortoBello: O cogumelo conhecido como Portobello é uma linhagem do Agaricus bisporus. Possui textura um pouco mais rígida que o champignon e aroma levemente mais forte. É comumente consumido fresco, de tamanho grande e com o píleo (chapéu) aberto. O consumo periódico de cogumelos promove o controle das taxas de colesterol e estimula o sistema imunológico humano ao ativar as defesas naturais do organismo.
Eryngui: O cogumelo Eryngui, cujo nome científico é Pleurotus Eryngi, embora ainda não seja muito conhecido e consumido no país, é bastante apreciado em muitos países da Europa, Ásia e Estados Unidos. Também é conhecido como Cogumelo do Cardo e chamado “Seta de Cardo” pelos espanhóis e italianos. Encontra-se associada com os Cardos, planta que cresce em locais rochosos, sobretudo em terrenos barrentos e dá pequenas flores, tem o talo lenoso e com efeito coagulante, o cogumelo é saprófita das raízes desta planta.
Clima
Cada tipo de cogumelo, ou mesmo de diferentes linhagens, possui necessidades específicas. Contudo, em geral, gostam de clima ameno e alta umidade. O ideal é que a temperatura mantenha se entre 12 ºC e 25 ºC.
Plantio
O champignon de paris é produzido em palhada pré compostada e coberta com uma camada de terra. Necessita de refrigeração (temperatura de 15 ºC a 18 ºC) e ambiente sem luz.
O shitake pode ser cultivado em blocos de serragem, que demanda tecnologia especializada, ou em toras com pequenos furos, nos quais o fungo é inoculado e recebe, após seis meses de incubação, um estímulo denominado choque hídrico.
O shimeji, que brota em pequenos buquês, é produzido em palhada pasteurizada e/ou esterilizada.
Produção
O ciclo do cultivo de cogumelo oscila entre 45 e 180 dias. Enquanto o champignon de paris e o shimeji levam, em média, 90 dias, o shiitake tem incubação finalizada em 120 ou 180 dias, dependendo do método em que ele foi inoculado.
Pragas e Doenças
Insetos de importância como besouros e larvas de Dípteros das famílias Sciaridae, Phoridae e Cecidomyiidae podem inviabilizar o produto para consumo, levando a perdas em torno de 20%, podendo também ser transmissores de doenças para a cultura. Os insetos principalmente em sua fase imatura (larvas), perfuram o estipe e píleo dos cogumelos, abrindo galerias em seus interiores, causando a sua depreciação geral.
Irrigação
A serragem de eucalipto usada como substrato é submetida à constante irrigação por microaspersão, por 30 dias, para garantir que a serragem úmida seja o ambiente propício para a reprodução do fungo-semente.
Água filtrada. A água usada no processo vai para tanques revestidos com manta de PVC e é filtrada e reutilizada. Antes de receber a semente, a serragem é enriquecida com farelo de trigo e passa por um processo de esterilização em autoclaves, com o vapor das caldeiras.
Colheita
A colheita é feita manualmente e de forma cuidadosa. O encarregado remove o cogumelo ou as pencas de cogumelos, com uma ligeira torção, desprendendo-os facilmente. As cestas utilizadas na colheita não devem ser muito fundas, evitando que os cogumelos de baixo se danifiquem.
Referências
CHEIN, Daniella. Cogumelos comestíveis: Conheça 6 tipos mais saudáveis para sua alimentação. Disponível em: <https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/cogumelos-comestiveis-conheca-os-6-tipos-mais-saudaveis-para-sua-alimentacao_a4790/1>. Acesso em: 09 de agosto de 2019.
MANARINI, Thais. A hora e a vez dos cogumelos. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/alimentacao/a-hora-e-a-vez-dos-cogumelos/>. Acesso em: 09 de agosto de 2019.
ANPC. Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos. Cogumelos. Disponível em: <https://www.anpccogumelos.org/cogumelos>. Acesso em: 09 de agosto de 2019.
ZORZENON, Francisco José. Pragas dos cogumelos comestíveis. Disponível em: <http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/files/rifib/IIIRifib/88-93.pdf>. Acesso em: 13 de agosto de 2019.
TOMAZELA, José Maria. Alta tecnologia em cogumelos. 2010. Disponível em: <https://www.estadao.com.br/noticias/geral,alta-tecnologia-em-cogumelos,544031>. Acesso em: 13 de agosto de 2019.
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