O caqui é uma fruta bastante doce e que apresenta grandes quantidades de água em seu interior. Suas plantas são arbóreas, rústicas e produtivas. Um caqui possui o tamanho aproximado de uma maçã, porém se assemelha muito com o tomate. A fruta possui um alto valor calórico se comparado com outras: 100 g possuem cerca de 65 calorias, e por isso, é bastante utilizada no cardápio de esportistas. Além disso, é rico em vitaminas A e C, possui cálcio, ferro, proteínas e é considerado alcalinizante e antioxidante.
As regiões Sul e Sudeste são as maiores produtoras, lideradas por São Paulo, com uma área cultivada de 3.610 hectares (2003), seguidas pelo Paraná, com 1.472 hectares (2001), e pelo Rio Grande do Sul com 1.232 hectares (2001). O Estado de São Paulo possui uma cultura bastante desenvolvida e de relevante importância econômica e seus quase um milhão de pés, produzem cerca de 87 mil toneladas de caqui por ano. Os principais municípios produtores são Mogi das Cruzes (40%), Ibiúna (7%), Guararema e Morungaba (5% cada).
Cultivares
Sibugaki (tipo taninoso): Apresentam frutos com polpa sempre taninosa (adstringente) e de cor amarela, independente da presença ou não de sementes. Estes frutos necessitam tratamentos pós-colheita com etileno, gás carbônico ou etanol para degradação do tanino (fenóis) para se tornarem aptos para o consumo. As principais variedades do tipo taninoso são: Taubaté, Pomelo e Rubi.
Amagaki (tipo doce): A polpa dos frutos é amarela e não apresenta tanino, contendo ou não sementes. São também chamados ainda de chocolate branco. As principais variedades do tipo doce são: Fuyu, Jiro e Fuyuhana
Variável
Frutos destas cultivares, quando oriundos de flores não polinizadas e, por isso, sem sementes, apresentam polpa amarela e rica em taninos, necessitando de destanização. Porém, quando ocorre polinização há formação de sementes e a polpa apresenta-se escura de cor chocolate e sem tanino, estando aptos para o consumo na colheita. As principais variedades do tipo variável são: Rama Forte, Guiombo e Kaoru.
Clima e Solo
O caquizeiro é uma planta tipicamente subtropical, com ampla capacidade de adaptação aos climas temperado e tropical. Sua área de cultivo costuma se estender pelas mesmas regiões de cultivo das plantas cítricas, exigindo precipitações anuais entre 1.000 e 1.500 mm. A temperatura média mais apropriada para a maioria das variedades fica em torno de 15 a 17ºC, apesar do cultivo também ser possível em regiões com temperaturas médias mais elevadas.
Os solos mais adequados para o cultivo do caquizeiro são aqueles bem drenados, profundos, com boa capacidade de retenção de água, bom teor de matéria orgânica e pH variando de 5,5 a 6,0.
Espaçamento e densidade de plantio
O espaçamento utilizado para a cultura do caquizeiro varia de acordo com a variedade que se pretende cultivar. Para as variedades dos tipos taninoso e variável, cujas plantas são mais vigorosas, os espaçamentos mais utilizados nos estados das regiões Sul e Sudeste são de 8,0 m x 7,0 m (178 plantas/ha), 7,0 m x 7,0 m (204 plantas/ha) e 7,0 m x 6,0 m (238 plantas/ha). Para as variedades do tipo não taninoso os espaçamentos são de 7,0 x 6,0 m (238 plantas/ ha), 6,0 x 6,0 m (277 plantas/ha) e 6,0 x 5,0 m (333 plantas/ha).
Preparo do Solo e Plantio de Mudas
Recomenda-se a subsolagem da área seguida de aração e gradagem para incorporar o calcário a ser aplicado. A quantidade de calcário e outros fertilizantes deve ser definida com base no resultado da análise do solo.
Segundo a EMBRAPA, para o plantio das mudas, o agricultor deverá observar os seguintes aspectos:
O plantio deverá seguir um alinhamento e marcação de acordo com o espaçamento previamente definido;
As mudas deverão permanecer na sombra com irrigação frequente até serem transplantadas para o campo;
O plantio das mudas deverá ser realizado com o solo úmido, de preferência, com a umidade na capacidade de campo;
Durante o plantio, as mudas deverão ser bem acondicionadas na cova, compactando-as bem;
Logo após o plantio das mudas, realizar uma irrigação para eliminar as possíveis bolsas de ar que se formam ao redor das raízes, de forma a aumentar o contato das mesmas com o solo;
A época mais adequada para o plantio é no período das chuvas, de dezembro a março ou em dias com a temperatura amena e irrigação frequente.
Adubação
A correção do solo e a adubação adequada são fatores fundamentais para obter produtividade e qualidade. Para que seja feita uma adubação correta é de fundamental importância a realização de analises de solo e foliar, as quais permitem conhecer a disponibilidade de nutrientes no solo e o estado nutricional das plantas. É recomendável a realização das referidas análises após a colheita dos frutos. As necessidades nutricionais do caquizeiro variam de acordo com os diferentes períodos do ciclo da planta, principalmente das fases vegetativas e reprodutivas, que vão da brotação até a colheita e nova entrada em dormência.
Poda
No primeiro ano deve-se fazer a poda de formação, que tem por finalidade formar a estrutura da planta, tronando a capaz de suportar a carga de frutos. A muda é plantada com uma haste, deixando-se crescer, no primeiro ano, três ou quatro ramos radialmente distribuídos a uma altura de 50 cm do solo, eliminando-se os demais ramos do tronco. Quando as folhas dos ramos secundários completarem a maturação e entrarem em senescência, os mesmos deverão ser podados, eliminando-se as cinco primeiras gemas, que geralmente são floríferas, para permitir uma brotação vigorosa, formando-se uma estrutura em forma de taça. Quando as plantas atingem tamanho adequado para iniciarem a fase produtiva, que ocorre no terceiro ano de idade, realiza-se a poda de produção, que consiste na retirada do excesso de ramos, deixando-se aqueles mais vigorosos e eliminando se aqueles mais finos, mal localizados, doentes e secos, os quais deverão ser cortados na base. No momento da poda, deve-se ter muito cuidado para não despontar os ramos, pois é na parte final que estão as gemas florais.
Irrigação
Os sistemas de irrigação localizada (gotejamento e microasperssão) são os mais adequados para o cultivo do caquizeiro em condição semiárida tropical, por causa da grande ocorrência de plantas daninhas pelo aporte diário de água. Para aumentar a eficiência do uso da água e dos fertilizantes, recomenda-se o uso da fertirrigação.
Colheita e Destanização
No que diz respeito à colheita, ela ocorre de acordo com a coloração da casca, em geral, quando a fruta perde a coloração verde e adquire tonalidade amarelo avermelhada, que se acentua com o avanço do estádio de maturação (ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE PRODUTORES DE CAQUI, 2008). De modo geral, as variedades dos grupos doce e variável são colhidas com tom amarelo-esverdeada, enquanto no grupo taninoso, a coloração típica é a vermelho alaranjada. De acordo com Brackmann et al. (1997), a maturação do caqui nas regiões tradicionalmente produtoras ocorre de fevereiro a maio, fazendo com que nesse período ocorra uma grande oferta no mercado, levando a uma redução do valor do fruto. O momento ideal para a realização da colheita varia em função das condições climáticas, das variedades implantadas e dos tratos culturais empregados, podendo se estender de fevereiro a junho o período para a obtenção de frutos maduros.
Destanização: A adstringência do caqui é reduzida durante o amadurecimento nas cultivares taninosas ou pela capacidade natural das cultivares não taninosas em polimerizar as moléculas de tanino solúvel, tornando-as insolúveis e incapazes de precipitar as proteínas da saliva, que é a razão da sensação desagradável que sentimos ao consumir um caqui com tanino. A polimerização dos taninos solúveis pode ser desencadeada por compostos voláteis como o etanol e o acetaldeído, que são produzidos pelas sementes, no caso das cultivares do grupo variável. Condições de anaerobiose também
induzem a produção desses voláteis e assim alguns métodos artificiais de destanização foram desenvolvidos. Entre os métodos mais empregados para a destanização são: álcool etílico, etileno, ácido acético, carbureto de cálcio e dióxido de carbono.
Produtividade
A produtividade média é de 15 a 35t/ha de frutos em pomares adultos e racionalmente conduzidos.
Fontes:
Embrapa – Circular Técnica online 107: Cultivo do Caquizeiro no Vale do São Francisco
Cultura do Caquizeiro – Luiz Antonio Biasi
DOENÇAS
O caquizeiro é considerado uma planta rústica e por isso muitos pomares não recebem tratamentos fitossanitários. Entretanto, algumas doenças podem causar sérios danos para a cultura e criar situações de difícil controle posterior. São elas: Cercosporiose (Cercospora kaki) a cultivar Fuyu é mais sensível do que Rama-Forte e Giombo. Antracnose (Colletrotrichum gloeosporioides) e Podridão das raízes (Rosellinea spp).
PRAGAS
Lagarta-dos-frutos (Hypocala andremona) a cultivar Fuyu apresenta naturalmente uma cavidade entre as sépalas e o fruto, servindo de abrigo para a lagarta e outras pragas pequenas.
Tripes (Heliothrips haemorrhoidalis), Cochonilhas (Pseudococcus spp.) Na cultivar Fuyu, que apresenta a cavidade abaixo do cálice, as inspeções devem ser muito rigorosas, para evitar o alojamento da praga. Ácaros (Eriophyes diospyri) a cultivar Fuyu é bastante sensível ao ataque dessa praga. Mosca-das-frutas Anastrepha spp e a Ceratitis capitata.
Caqui Rama Forte
Características: Consumido: Mole, Formato: Achatado, Coloração: Vermelha
Caqui Fuyu
Características: Consumido: Crocante, Formato; Achatado, Coloração: Alaranjada
Caqui Guiombo
Características: Consumido: Crocante, Formato: Ovóide, Coloração: Alaranjada
Institucional
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