Produção de Cenoura

Cenoura

A cenoura é uma hortaliça da família Apiaceae, do grupo das raízes tuberosas, cultivada em larga escala nas regiões Sudeste, Nordeste e Sul do Brasil. O nome também designa a raiz dessa planta, raiz esta que é tuberosa, laranja, com uma textura lenhosa e comestível. Os principais municípios produtores são: Carandaí, Santa Juliana e São Gotardo (Minas Gerais); Piedade, Ibiúna e Mogi das Cruzes (São Paulo); Marilândia (Paraná); Lapão e Irecê (Bahia).

 

Cultivares

O consumidor brasileiro tem preferência por raízes de cenoura cilíndricas, lisas, sem raízes laterais ou secundárias, uniformes, com comprimento e diâmetro variando respectivamente entre 15 a 20 cm e 3 a 4 cm. A coloração deve ser alaranjada intensa, com ausência de pigmentação verde ou roxa na parte superior (ombro) das raízes.

Cada cultivar tem características próprias quanto ao formato das raízes, resistência às doenças e, principalmente, quanto à época de plantio. Esta última característica permite que se produza cenoura durante o ano todo na mesma região, desde que se plante a cultivar apropriada às condições de clima predominantes em cada época.

As principais cultivares de cenoura disponíveis no mercado podem ser agrupadas nos seguintes grupos:

Nantes: As plantas têm folhagem verde escura e podem atingir até 30 cm de altura, suas raízes apresentam formato cilíndrico com 15 a 18 cm de comprimento, tem de 3 a 4 cm de diâmetro e coloração alaranjada escura. As cultivares desse grupo são muito sensíveis às doenças de folhagem, não sendo recomendável o seu cultivo em estação chuvosa e quente. Por sua exigência em temperaturas amenas é recomendada para plantio em época fria. E por fim, seu ciclo vegetativo é de 90 a 110 dias.

Kuroda: As plantas apresentam folhagem vigorosa, com até 50 cm de altura, suas raízes são cônicas, de coloração vermelha alaranjada e apresentam a película bastante delicada. O comprimento das raízes varia entre 15 e 20 cm. As cultivares deste grupo apresentam tolerância a temperaturas mais elevadas e resiste bem às doenças de folhagem quando semeadas no verão de regiões quentes. Elas não são recomendadas para semeaduras sob condições de clima ameno pois suas características não permitem competir em qualidade com as do grupo Nantes. Por fim, seu ciclo vegetativo é de aproximadamente 100 dias.

Kuronan: As plantas têm folhagem vigorosa, com coloração verde clara brilhante, com 35 a 45 cm de altura. Suas raízes são ligeiramente cônicas de coloração alaranjada escura e baixa incidência de ombro verde ou roxo. O comprimento das raízes varia entre 15 e 20 cm e o diâmetro entre 3 e 4 cm. Resiste bem ao calor, apresentando baixos níveis de florescimento prematuro sob condições de dias longos. Apresenta boa resistência de campo à queima-das-folhas, e produz em média 30 t/ha quando semeada em estação quente e chuvosa. Sua colheita inicia-se 95 a 120 dias após a semeadura. É recomendada para semeaduras de novembro a março na região Sudeste do Brasil.

 

Clima e Solo

A temperatura é o fator climático mais importante para a produção de raízes. Temperaturas de 10 a 15 ºC favorecem o alongamento e o desenvolvimento de coloração característica, enquanto temperaturas superiores a 21ºC estimulam a formação de raízes curtas e de coloração deficiente.

Existem cultivares que formam boas raízes sob temperaturas de 18 a 25ºC. Em temperaturas acima de 30ºC, a planta tem o ciclo vegetativo reduzido, o que afeta o desenvolvimento das raízes e a produtividade. Temperaturas baixas associadas a dias longos induzem o florescimento precoce, principalmente daquelas cultivares que foram desenvolvidas para plantio em épocas quentes do ano.

A germinação das sementes ocorre sob temperaturas de 8 a 35 ºC, sendo que a velocidade e a uniformidade de germinação variam com a temperatura dentro destes limites. A faixa ideal para uma germinação rápida e uniforme é de 20 a 30ºC, dando-se a emergência de 7 a 10 dias após a semeadura.

A alta umidade relativa do ar associada à temperaturas elevadas favorece o desenvolvimento de doenças nas folhas durante a fase vegetativa da cultura.


As propriedades físicas, principalmente textura, estrutura e permeabilidade, e as propriedades químicas e biológicas do solo afetam sensivelmente a produtividade e a qualidade das raízes de cenoura. Deve ser dada preferência aos solos de textura média, com adequados níveis de nutrientes e matéria orgânica e pH em torno de 6,0.

O preparo do solo consta de aração, gradagem e levantamento dos canteiros. Deve ser evitado o uso excessivo do encanteirador, por causar a destruição da estrutura do solo e facilitar a formação de crosta e a compactação do subsolo, que deformam e prejudicam o crescimento das raízes. Estes problemas podem ser reduzidos pela diminuição do tráfego de máquinas na área, pelo uso do arado de aiveca de dois em dois anos e, principalmente, pela adoção da rotação de culturas com leguminosas.

Os canteiros devem ter 0,80 m a 1,40 m de largura, 15 a 30 cm de altura dependendo do equipamento utilizado, e devem estar distanciados uns dos outros em aproximadamente 30 cm. Em solos argilosos, no período das chuvas, a altura deve ser maior, para facilitar a drenagem. Na semeadura manual, os sulcos nos canteiros, para a distribuição das sementes, podem ser feitos transversal ou longitudinalmente. Sulcos transversais permitem maior número de plantas por unidade de área em comparação ao uso de sulcos longitudinais.

 

Adubação

Adubação orgânica: A cenoura responde à adubação orgânica especialmente em solos de baixa fertilidade e/ou compactados. É fundamental que o adubo orgânico esteja bem curtido. Tratando-se de esterco de gado, em geral aplicam-se 30 toneladas ou 60 metros cúbicos por hectare, antes do plantio. No caso de esterco de galinha, aplica-se um terço desta quantidade. A distribuição é feita a lanço sobre os canteiros, seguida de incorporação, que é feita utilizando-se enxada rotativa.

Adubação química: A quantidade de fertilizantes a ser utilizada é calculada com base na análise química do solo, principalmente de acordo com seus níveis de fósforo e potássio. Normalmente, quando se incorpora o esterco de galinha na dosagem recomendada, a adubação de cobertura com nitrogênio pode ser dispensada, se o desenvolvimento das plantas for normal.

 

Irrigação

A produtividade e a qualidade das raízes de cenoura são intensamente influenciadas pelas condições de umidade do solo. Assim, para a obtenção de altos rendimentos é necessário o controle da umidade do solo durante todo o ciclo da cultura para deste modo, determinar o momento da irrigação e a quantidade de água a ser aplicada.

O sistema de irrigação mais utilizado em pequenas áreas é o de aspersão convencional, enquanto em grandes áreas utiliza-se o sistema pivô central. O uso de aspersor tipo canhão é inconveniente porque retira as sementes dos sulcos de plantio e compacta o solo, prejudicando a germinação e emergência das plântulas.

Para determinar a quantidade de água (lâmina) a ser aplicada por irrigação e a frequência das irrigações (turno de rega), deve-se levar em consideração as condições de clima, tipo de solo e estádio de desenvolvimento das plantas.

 

De modo geral, a primeira irrigação após o plantio deve ser feita de tal modo que se molhe até 20 cm de profundidade. Do plantio até o raleio, as irrigações devem ser leves e frequentes (1 a 2 dias).

 

Pragas

As principais pragas da cultura da cenoura são lagartas e pulgões, que são controlados através de práticas culturais, e pela ação de inimigos naturais como parasitóides e predadores. São muito poucos os inseticidas registrados para o controle de pragas da cenoura, o que torna o controle químico uma prática pouco recomendável para a cultura.

Lagartas: Lagarta-rosca (Agrotis spp.), Lagarta-militar (Spodoptera frugiperda) e Lagarta-falsa-medideira (Rachiplusia nu)

Os danos de lagarta-rosca em cenoura são mais comuns até 30-40 dias após a semeadura. Geralmente a presença de lagarta-rosca só é detectada quando se verificam plantas cortadas.

O controle mais eficiente destas espécies é alcançado através de práticas culturais como o adequado preparo de solo, incorporação dos restos culturais e eliminação das plantas daninhas, especialmente gramíneas. Para o controle químico, as pulverizações devem ser feitas preferencialmente no período da tarde, e dirigidas à base das plantas porque as larvas se escondem no solo durante o dia e saem a noite para se alimentar.

Os pulgões raramente chegam a causar dano econômico à cultura da cenoura, porque não ocorrem em grandes populações e são altamente parasitados por microhimenópteros.

 

Doenças

Estão registradas no Brasil mais de quinze doenças de cenoura, causadas por fungos, vírus, bactérias e nematóides. Destas, um número relativamente pequeno é responsável pela maior parte dos danos ocorridos na cultura.

Dentre os vários patógenos envolvidos na ocorrência de podridões em cenoura tem-se: Alternaria dauci, Alternaria radicina, Pythium sp., Rhizoctonia solani e Xanthomonas campestris pv. carotae. A podridão de pré-emergência resulta em falhas no estande.

Os três patógenos que causam a queima-das-folhas podem ser encontrados na mesma planta, e até em uma única lesão. É difícil determinar o(s) agente(s) causal(is) envolvido(s) pelos sintomas nas folhas, principalmente porque os cultivares reagem de maneira diferenciada ao ataque. A Alternaria dauci produz lesões nas folhas mais velhas e é caracterizada por necrose da borda dos folíolos, enquanto Cercospora carotae produz lesões individualizadas. Os sintomas produzidos por X. campestris pv. carotae são indistinguíveis dos outros, embora, sob condições de alta umidade, seja comum uma exudação sobre as lesões bacterianas.

 

Colheita e pós colheita

Dependendo da cultivar, das condições de clima e dos tratos culturais, a colheita da cenoura pode ser feita de 80 a 120 dias decorridos da semeadura. O ponto de colheita e a maneira de colher e de manusear as raízes influem na aparência final e na capacidade de conservação do produto.

O amarelecimento e secamento das folhas mais velhas e o arqueamento para baixo das folhas mais novas são indicativos do ponto de colheita. O arranquio das raízes pode ser feito manualmente ou semi mecanizado, acoplando-se uma lâmina cortante no sistema hidráulico do trator. Esta lâmina, passando por baixo das raízes, afofa a terra do canteiro e desprende as plantas. Assim, após a passagem da lâmina, as raízes podem ser facilmente recolhidas manualmente. Deve-se arrancar somente a quantidade possível de ser preparada no mesmo dia. Após o arranquio, a parte aérea é destacada (quebrada) da raiz, ocasião em que se faz uma pré-seleção eliminando as raízes com defeitos.

Referências

EMBRAPA. Cenoura (Daucus carota). Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Cenoura/Cenoura_Daucus_Carota/apresentacao.html>. Acesso em: 12 de agosto de 2019.

 

 

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